As férias dos seminaristas do Rio de Janeiro

Quatro dias de convivência em Grumari para aprofundar o sentido da companhia e da vocação, com os seminaristas do Seminário Arquidiocesano São José
Carlos Ébano Costa da Silva

As férias dos seminaristas do movimento Comunhão e Libertação do Rio de Janeiro ocorreram entre os dias 22 e 25 de julho de 2019, em Grumari, Rio de Janeiro. O Movimento organiza anualmente encontros semelhantes a nível nacional nas férias, de acordo com a experiência vivida por cada indivíduo: para colegiais, universitários e jovens trabalhadores, adultos e sacerdotes. Por terem um período de férias distinto dos demais universitários e para aprofundarem a vivência do carisma, esta foi a primeira vez que se realizou algo voltado para um grupo de seminaristas de modo específico.

Semanalmente, alguns seminaristas do Seminário Arquidiocesano São José se reúnem em um momento que se chama Escola de Comunidade, um momento privilegiado de partilha e crescimento espiritual, seguindo o carisma de Luigi Giussani. O grupo é guiado pelo padre Álvaro, que acompanha os seminaristas e se empenhou na organização destas férias.

O seminarista Anderson Santos de Oliveira faz parte do Movimento há 4 anos e é responsável, junto ao padre, pelo grupo no seminário: «A experiência com os universitários é compartilhada conosco, porque esta fase da nossa vida é semelhante em muitos aspectos, como o dia a dia da rotina universitária e o autoconhecimento, além de ser período de discernimento da vocação específica. Eu tive uma primeira experiência em 2016 com as Férias Nacionais dos Universitários de CL, e fui muito ajudado naqueles dias: não era só uma imposição de um modo para viver aqueles dias ali, mas era uma ajuda para viver todo o tempo de férias, bem como toda a vida em seus desafios diários. Um dos seminaristas que foi no início deste ano nas Férias dos Universitários, em Minas Gerais, gostou da experiência e quis que outros seminaristas pudessem viver aquilo também. Foi então que nós apostamos tudo nesse desejo dele e investimos o tempo para fazer pela primeira vez estas Férias para os Seminaristas do Rio».



O seminarista Thiago de Oliveira Tavares, do terceiro ano de Filosofia, já participa do Movimento há alguns anos e se motivou com mais esse momento: «Foi muito bom participar dessa convivência do Comunhão e Libertação para amadurecer a nossa amizade em Cristo, em um momento de convivência diferente da rotina que temos em nosso Seminário. Esses momentos de partilha têm ajudado a nutrir a minha vida espiritual, através da leitura dos textos, do testemunho dos irmãos e do Pe. Álvaro, enquanto sacerdote. O convívio de Comunhão e Libertação nas férias me mostrou a vivência comunitária, o serviço, a vida de oração e a contemplação da beleza que Deus fez para nós, e a aproveitar tudo isto da melhor forma. A minha fidelidade é uma resposta a esta beleza que Ele fez para mim».



O seminarista Vinícius Rodrigues da Rocha Brum, do primeiro ano de Filosofia, iniciou neste ano a participação nas Escolas de Comunidade: «Tem sido de fundamental importância para mim. Eu vejo que no Movimento consigo expressar um pouco daquela vivência que eu tinha na paróquia. Na minha prática pastoral hoje, percebo que as pessoas não me veem como a uma pessoa que está para aprender, mas para ensinar apenas. Estou tendo a oportunidade de debater assuntos da fé e ainda de partilhar assuntos que não são tão relacionados à fé, mas muito mais da vivência pessoal e do autoconhecimento, que me auxiliam no discernimento vocacional. Isto se refletiu muito na nossa convivência, desde o momento da partilha da refeição: todos em espírito de simplicidade e união. Pude conversar mais profundamente com seminaristas com mais anos de seminário e sobretudo pude contar com a abertura dos sacerdotes. Algo que acho interessante é a verdade de cada um que eu posso observar nesses momentos. O sacerdote é aquilo que ele é, e nessa abertura deles eu posso observar aquele padre que está ali comigo, e isso me ajuda na minha vocação. Um momento privilegiado ainda foi a trilha que fizemos durante o convívio. Tivemos algumas dificuldades, mas também pudemos contar uns com os outros. E ainda, na capela em que o padre Magnon celebrava, pude vislumbrar a beleza do local, isto também nos chama. Para mim foi muito bom. Foi um momento de dar risadas, de brincar, mas também de falar coisa séria, de dar sua opinião e se sentir bem com tudo isso. Abrindo o coração pude escutar Deus falar através dos irmãos e dos sacerdotes que estavam ali».