Carta à Fraternidade

Editorial
Luigi Giussani

Agradeço a vocês, amigos!

O que aconteceu no sábado, 30 de maio, aconteceu porque vocês existem, vocês também, juntos. É só o estar juntos que faz. Deus, de fato, está onde há a unidade.
Sábado, dia do encontro com João Paulo II, foi para mim o maior dia da nossa história, possibilitado pelo reconhecimento do Papa. Foi o “grito” de testemunho da unidade que Deus nos mandou, unidade de toda a Igreja. Pelo menos o considerei assim: somos uma só coisa. Eu disse isso também a Chiara e a Kiko, que estavam a meu lado na praça de São Pedro: como é possível, nessas ocasiões, não gritar a nossa unidade?
? E, além disso, pela primeira vez percebi tão intensamente o fato de existirmos para a Igreja, de sermos fator que constrói a Igreja. Senti-me agarrado pelas mãos e pelos dedos de Deus, de Cristo, que moldam a história. Nestes tempos comecei a entender verdadeiramente – e sábado mais ainda – a responsabilidade à qual Deus me chamou. Eu não entendia, mas sábado ficou claro. E esta responsabilidade é tal na medida em que se comunica aos outros precisamente como responsabilidade. Ela é verdadeira quando é para toda a Igreja e, portanto, para todo o Movimento; quando é uma obediência ao fato de que – como diz São Paulo – “ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; e se morremos, é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor” (Rm 14,7-8).
É Deus quem age no que fazemos: “Deus é tudo em tudo”. Nossa responsabilidade é pela unidade, ao ponto de valorizar até a menor coisa boa que há no outro.

Afeiçoadíssimo,

Dom Luigi Giussani

Milão, 3 de junho de 1998