CL no Brasil
Dom Giussani em celebração no Brasil, em 1985.

Um pouco de história

O Movimento começou no Brasil no início dos anos 60 com a chegada de alguns jovens missionários italianos. Já em 1964 havia jovens de CL nas cidades de Macapá, Belo Horizonte e São Paulo, em estreita relação com Dom Giussani, que os acompanhava à distância. Pigi Bernareggi e Rosa Brambilla estão entre os primeiros missionários que vieram da Itália e tento morado antes em São Paulo, até hoje moram em Belo Horizonte. Pigi já comemorou 50 anos de ordenação sacerdotal, e Rosa é o coração das Obras Educativas Padre Giussani.

Aos poucos a realidade do Movimento foi se expandindo para diversas cidades do país, sendo conduzido inicialmente por sacerdotes missionários que chegavam ao Brasil. Padre Luigi Valentini e padre Giancarlo Petrini desembarcaram a São Paulo em 1970, e ganharam a companhia do jovem Vando Valentini, em 1974, que depois se ordenou sacerdote em 1983. Em Manaus o Movimento chegou em 1979 com os padres Massimo Cenci e Giuliano Frigeni.

Para Belo Horizonte foi enviado o padre Virgilio Resi em 1981, e em seguida o padre Giovanni Vecchio, e para o Rio de Janeiro seguiram os sacerdotes Filippo Santoro e Giuliano Renzi em 1984. Naquele ano Macapá também ganhou a presença de padre Aleandro Castrese e padre Ignazio Lastrico. Em 1988 padre Giorgio Battifora chegou a Brasília. Em 1989 chegou ao Rio o padre Agostino Molteni, que depois se transferiu para Petrópolis, tendo começado ali a comunidade de CL. Na década de 1990 veio para o Brasil o Pe. Stefano Volani, que atuou por vários anos em Salvador e depois em Petrópolis. Através de trabalhos pastorais nas dioceses e trabalho como professores em escolas, universidades e seminários, a experiência do Movimento foi sendo transmitida.

Muitos outros padres italianos viveram no Brasil por algum tempo e contribuíram para o crescimento do Movimento em diversas cidades. Junto com eles, teve sempre a presença de leigos, italianos que chegaram através de projetos da AVSI a partir da década de 80, e os brasileiros que após o encontro com CL foram contribuindo para a expansão do Movimento, através de encontros pessoais, em diversas regiões do país.



Atualmente existem membros ou comunidades de CL em quarenta cidades do país, sendo as mais numerosas: Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Macapá e Brasília. As comunidades são formadas por adultos, universitários e colegiais, marcando presença nas escolas, universidades, e sobretudo no mundo do trabalho. Dela participam sacerdotes, estudantes, casais e leigos que dedicam a vida a Cristo (Memores Domini e membros da Fraternidade São José). Desde 2008, Marco Montrasi é o responsável nacional do Movimento no país.

Um fato marcante da história recente do Movimento no Brasil foi o encontro com Cleuza e Marcos Zerbini, fundadores da Associação dos Trabalhadores Sem Terra de São Paulo. Após o encontro com o médico Alexandre Ferraro, em 2003, e um caminho na vida de CL, decidiram, através de uma celebração realizada no dia 24 de fevereiro de 2008, na catedral de São Paulo (Brasil), confirmar sua pertença a CL. Diante de cinquenta mil pessoas e do Cardeal Odilo Scherer, Cleuza e Marcos confiaram seu trabalho social, que reúne cerca de cem mil pessoas, "nas mãos de padre Carrón, porque, encontrando Comunhão e Libertação, encontramos tudo aquilo que queríamos encontrar".



Ao longo dos anos, foi sendo constituído um povo através do método educativo gerado por Dom Giussani, que tem momentos e instrumentos de introdução e aprofundamento na fé cristã, entre os quais se destaca a Escola de Comunidade, os Exercícios espirituais anuais, as férias e a vida litúrgica (missa mensal, peregrinações, etc). Em todos eles são fundamentais as dimensões de formação - aprofundamento das razões de fé - e comunitária.

O carisma do Movimento sempre enfatizou que a fé não é concebida como algo "ao lado” das experiências concretas, das preocupações e compromissos. Assim, da consciência de que, em Cristo, se encontra a consistência de todas as coisas, o seu sentido último, nasce a paixão por trabalhar construtivamente em cada âmbito da realidade: a cultura, as necessidades que se encontram na sociedade, a economia, a política. Do encontro com o Movimento e da educação recebida, muitos adultos extraíram as razões para se comprometerem – individualmente ou associando-se a outros – nos mais diversos campos de atividade, dando vida a realidades socialmente relevantes, como, por exemplo, creches, casas de acolhidas e centros culturais. E tudo isso em plena liberdade e com total responsabilidade pessoal.