Gertrud Von Le Fort, A última ao cadafalso

A última ao cadafalso

Gertrud Von Le FortQuadrante, São Paulo 1998
Páginas: 158

Com esta obra de Gertrud von le Fort, a Quadrante oferece ao leitor uma novela histórica de primeira ordem que, na versão para o teatro, feita por Georges Bernanos sob o título de Diálogo das Carmelitas, conheceu enorme sucesso.
A autora, Doutora honoris causa pela Universidade de Munique, falecida em 1971, foi romancista, ensaísta e poetisa de mão-cheia. Nesta pequena obra-prima, A última ao cadafalso, baseada no episódio real do martírio das dezesseis carmelitas de Compiègne guilhotinadas durante a Revolução Francesa, criou um conjunto de personagens femininas inesquecíveis. Com Blanche de la Force, mergulhamos no íntimo do coração humano, na sua fragilidade e no seu heroísmo. Com Maria da Encarnação, aprendemos a conhecer e a admirar a nobreza de espírito, que no entanto precisa ser refundida ao calor da chama do Espírito Santo para ganhar dimensão divina. E na Madre Lidoine vemos unirem-se a prudência com o senso do sobrenatural, num equilíbrio sereno e firme.

Nesta edição, acrescentaram-se dois estudos indispensáveis para a plena compreensão da obra. Um descreve as relações entre a Revolução Francesa e a Igreja, marcadas por uma dura perseguição e repletas de episódios duríssimos; o outro narra os acontecimentos autênticos do martírio das bem-aventuradas carmelitas de Compiègne tal como foi possível reconstituí-los a partir dos recentes estudos históricos.

Tanto a novela como a História nos ensinam toda uma lição de fidelidade. Leitura apaixonante, tese magistral de psicologia, panorama de um dos mais significativos períodos da modernidade, este livro é dos que nos falam diretamente ao coração.