Eleições 2022. O que temos de mais caro?

Por um voto responsável, alguns critérios fundamentais para encarar as eleições no Brasil no próximo dia 2 de outubro

Como Dom Giussani nos ensinou, ter um juízo significa ter um caminho, ou seja, ter um método para enfrentar a realidade.

E se a primeira consciência é a de que nossa esperança, em última análise, não está colocada na política, a segunda consciência é a de que a política também é uma oportunidade para nos educar a reconhecer o que nos é caro. Para saber aonde ir (e nesta circunstância também escolher com maior consciência em quem votar), é preciso saber quem somos e de onde viemos.

E nós sabemos quem somos e de onde viemos, ou seja, sabemos quais são as nossas origens.
Nossas origens estão todas encerradas no fato cristão, no encontro com o fato cristão, com a Igreja de Cristo.
E esse encontro com Jesus de Nazaré é o que temos de mais caro na vida. O encontro com Ele mesmo, e com tudo o que d’Ele deriva, é o que temos de mais caro. Assim como a paixão e a urgência por comunicar isso a todos.
Estas são as nossas origens, a nossa consistência. São as mesmas que construíram o Brasil e seu grande povo.
E este é o nosso juízo, a estrada (método) com a qual enfrentamos a realidade, também a política.

Por isso, ancorados em nossas origens e movidos pela paixão pelo cumprimento e pela realização do bem autêntico de cada brasileiro, desejamos abraçar tudo e todos, sem impedimentos, sem preconceitos, sem discriminar nem cancelar nada nem ninguém. E isso nos faz desejar amar nossas famílias, nossos filhos, nossas obras, nosso trabalho, nossos alunos, nossos doentes, nossos idosos e todos aqueles que, junto conosco, querem construir o bem comum.

Ancorados em nossas origens, amamos e defendemos os valores que nossos pais nos transmitiram e que queremos transmitir aos nossos filhos: o direito à vida, desde a concepção até a morte natural; a liberdade religiosa, civil e de educação; a proteção e valorização da família; a paixão pelo trabalho e por uma economia a serviço da pessoa; a promoção e construção da paz e de condições de vida mais dignas para todos, especialmente para os mais pobres. Neste momento tão complicado, de fato, testemunhar o encontro com Cristo significa sobretudo mostrar a profunda mudança que a expressão da comunidade cristã produz para o bem de todos e do país.

À política, aos políticos, em primeiro lugar, pedimos que reconheçam, valorizem, defendam e incrementem os espaços de ação livre, responsável e construtiva dos corpos intermediários, ou seja, das obras, dos sujeitos e das iniciativas que, com criatividade e paixão, já trabalham em nossa sociedade para o bem comum. Mantenhamos os olhos e o coração abertos para identificar aqueles que estão seriamente dispostos a seguir o caminho sugerido, e que somos os primeiros a trilhar.

Nas próximas eleições, convidamos todos a se conscientizarem de que nossa unidade se constrói em torno da experiência e a votar em candidatos que tenham o desejo de contribuir para a construção de um Brasil mais bonito, mais rico, mais justo, melhor, que já encontramos como semente em nossas obras, de Norte a Sul.
O que temos de mais caro.

Outubro de 2022
Comunhão e Libertação