“O que eu doo de mim quando faço um gesto de caridade? O que se move dentro de mim diante da solicitação de alguém em necessidade? Quantas vezes no meu ano eu faço algo assim?” Estas perguntas estão nas 10 linhas da Coleta de Alimentos, um pequeno texto que nos ajuda a refletir sobre o momento que vivemos no mundo. Com estas perguntas queremos nos ajudar a olhar o gesto da Coleta como uma tarefa educativa que nos faz olhar para nós mesmos e para o outro como resposta ao nosso coração desejoso, pois “A nossa natureza exige que nos interessemos pelos outros” (Luigi Giussani, O sentido da caritativa).

Em 2025, a Coleta completa 20 anos no Brasil e será realizada no sábado 8 de novembro em 42 cidades espalhadas pelo país. A seguir reunimos trechos de testemunhos que nos ajudam a nos preparar para a Coleta com este coração desejoso:

"Tenho aprendido, a cada encontro, o quão importante é o movimento da Coleta em nossas vidas. Seria redundante se não fosse tão evidente, ao se experimentar, que 'vai muito além de coletar alimentos para quem precisa'. E, nesse sentido mais amplo, eu preciso da Coleta todos os dias! Meu primeiro impacto foi com a mobilização das pessoas. Diferentemente do local em que trabalho e exerço cargo de liderança, não é óbvio que as pessoas da Coleta me sigam – e, algumas vezes, não seguem mesmo. Isso me ensinou algo valioso: a necessidade de me colocar em primeira pessoa, não apenas com recomendações sobre o que fazer e como fazer, mas propondo a minha própria vida em comunhão. Ninguém é obrigado a nada neste gesto. Quem se dispõe a participar espera algo genuíno e transformador – e eu também espero isso. Com esse aprendizado, conduzo os encontros com a mesma dignidade, técnica e engajamento que aplico em reuniões com grandes empresas. Não há diferença entre o profissional e o voluntário: sou a mesma pessoa."
Martionei, Belo Horizonte (MG)

"Mocambo do Ararí é um Distrito a 66,95 km da cidade de Parintins, com aproximadamente 10 mil habitantes, que vivem da agropecuária e da pesca. Com isso, conversando com a Claudineia, sem nenhuma pretensão, perguntei se poderíamos naquele ano (2024) fazer no Mocambo a Coleta, e ela disse que poderíamos. Daí nasce a iniciativa de estender a Coleta de Alimentos até aquele local escondido no meio da floresta. A postura do Mocambo me fez lembrar a viúva do Evangelho, com apenas duas moedas que fez sua oferta, mas não deu o que lhe sobrava, deu toda sua vida num simples gesto concreto, entregando tudo o que tinha, como os nossos amigos do Mocambo. A grande riqueza não é quantos quilos arrecadaremos no dia, porém o que os torna grande e o ‘Gesto’, a simplicidade de abraçar com toda força uma obra que nos foi dada e fazer parte dessa companhia que mudou a nossa história."
Globery, Parintins (AM)

"O gesto da Coleta é o ano todo, pois a preparação é tão importante quanto o dia em si. Se reunir com os coordenadores das cidades e trocar as experiências de como faremos a Coleta é importantíssimo. Saber o que a outra a cidade está fazendo faz refletir como estou fazendo na minha, e conseguimos assim melhorar cada vez mais. Sem contar que o envolvimento com todos cria laços de amizade que levamos para nossa vida. E o envolvimento das atividades que antecedem a Coleta na minha cidade também tem o mesmo sentido de encontro, esforço e reflexão. Tanto no envolvimento com os supermercados, quanto com a organização em si e com todos os voluntários que trabalham na coleta. Assim, o dia da Coleta vem a concretizar todo o esforço que fizemos para chegar ao gesto em si. É gratificante para mim todo o processo, desde o início do acompanhamento, até a entrega dos alimentos às famílias necessitadas. Cada fase tem a sua importância, e a cada etapa concluída nos dá conforto que tudo vem sendo feito de forma correta e harmoniosa."
Gilson, Catanduva (SP)

"A Coleta de Alimentos é um gesto educativo, antes tudo, porque entra na minha vida, é educativo e me corrige, me faz ser mais eu mesma, não me deixa ficar parada nos meus limites e nem nos limites do outro, me faz desejar mais. Eu o realizo pedindo a Deus para eu ser mais de Cristo, como disse o Padre Giussani, para ser como Cristo."
Angela, Brasília (DF)

"Após dois anos como o responsável pela Coleta em nossa cidade, percebo que nosso gesto é realmente grandioso. Grandes coisas se realizam: por exemplo, no ano passado organizamos a Coleta em 5 supermercados e arrecadamos 4 toneladas de alimentos. Mas vejo que esse resultado não é fruto da minha inteligência ou esforço, mas do meu “sim” a Deus e da simplicidade de fazer o que Ele me pede. Assim, fica claro que é Ele quem realiza o resultado. Isso me torna mais grato e consciente de estar acompanhado."
Claudio, São João del-Rey (MG)

"Aconteceu algo na minha vida que me despertou para olhar mais profundamente para mim e para o outro. A experiência da Coleta é a forma educativa que me provoca a ficar diante da minha necessidade e da do outro sem pretensão de respondê-la completamente, ciente da minha impotência, numa ajuda simples que pode ser até através da oração."
Aninha, Manaus (AM)

"É um gesto simples, para ser vivido e compreendido. Todo ano é assim. Uma ocasião para viver a gratuidade e proporcionar que outros a vivam. A genialidade educativa dessa proposta é: “compartilhar a necessidade dos outros para compartilhar o significado da vida”. (...) A Coleta se sustenta pela oferta gratuita dos voluntários, que se dedicam não só no Dia Nacional, mas em várias tarefas prévias e posteriores que envolvem a ação. Dizer sim para participar é tomar uma decisão em relação ao bem que existe em cada homem. É a possibilidade de educar-se a um novo olhar, cheio de gratuidade, que permite ter gosto ao lidar com as pequenas e grandes decisões da vida cotidiana."
Alexandre, São Paulo (SP)

Nestes 20 anos de Coleta de Alimentos, temos a certeza de que cuidarmos uns dos outros é o que constrói a paz entre as pessoas e com nós mesmos.

Venha fazer a Coleta conosco!

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