Alessandra lê seu testemunho numa assembleia em São Paulo.

Uma retomada do caminho

As férias, o reencontro com amigos de 25 anos atrás, o convite para a Escola de Comunidade das mães. No seguimento a estes convites, o redespertar vivo da experiência do Movimento

Gostaria de compartilhar a experiência que tenho vivido a partir das férias de julho, em Angra dos Reis, e da minha participação no Grupo de Escola de Comunidade de mães via Zoom, ao qual participam mães de vários lugares que não têm a possibilidade de fazer uma Escola de Comunidade presencial. Por meio da cuidadosa preparação da Claudiana e das contribuições das demais amigas tem se tornado para mim um lugar de recomeço para um encontro que teve início 25 anos atrás.

Há muito tempo eu não fazia Escola de Comunidade com ninguém e fazia uns 10 anos que não ia às férias. Conheci o Movimento aos 14 anos e tive a oportunidade de viver uma experiência muito bonita na Paróquia do Pe. Aurélio na Vila Dalila, depois com os Colegiais e também certo tempo junto ao CLU (os universitários de CL), porém, devido aos desígnios de Deus e ao prosseguimento de meus estudos fui morar numa cidade do interior de São Paulo, Araraquara, onde me formei e construí minha carreira profissional e vida pessoal: marido, filhos... Devido talvez à distância, acabei ficando longe da experiência do Movimento. Entretanto, para mim sempre foi muito claro que, uma vez tendo feito esse encontro, ele é pra vida toda, muda nossa vida! A gente pode até dizer “não quero”, mas não dá pra negar o que aconteceu. No meu caso, embora sempre tivesse presente a beleza desse encontro, dessa companhia e a verdade que carrega, cheguei a pensar que essa experiência não era pra mim. Porém, sempre mantive o que vivi e algumas amizades que nasceram ou se fortaleceram nessa companhia e continuei assinando a Revista Passos, talvez como uma forma de resistência, ou de persistência, acompanhando a vida do Movimento como era possível pela Revista Passos e por meio desses amigos e da minha irmã.

Então, quando minha irmã Ana Lúcia, me convidou para ir às férias, eu intuí que tinha alguma coisa, que aquele convite trazia algo e aceitei. Propus para minha família também, pois se aquela experiência foi importante pra mim, queria que eles também conhecessem. E as férias foram, de fato, um recomeçar do acontecimento, um “re-acontecer” do acontecimento como Bracco nos disse. Aderir às propostas e encontrar as pessoas, os amigos de tantos anos e conhecer outros novos, reacendeu em mim a alegria e trouxe a familiaridade daquele encontro de 25 anos atrás. Foi realmente o escancarar de um olhar novo para a realidade e, quando no último dia, eu estava pensando em como manter aquilo vivo, a Fernanda de São Bernardo me falou dessa Escola de Comunidade via internet e me convidou para participar. Nesse momento eu vislumbrei a possibilidade de manter viva essa chama, de poder aprofundar o que havia reencontrado nas férias e, sobretudo, de ter uma companhia para me ajudar a fazer memória de Cristo, sem esquecer de que é um caminho meu.

Já no primeiro contato com o grupo da Escola de Comunidade, quando a Claudiana fez as indicações do que seria trabalhado, nasceu em mim um ímpeto de pegar o texto, de me debruçar, enfim, de querer entender aquelas palavras, para que se tornassem experiência! Estou participando dessa Escola de Comunidade há algumas semanas e é impressionante como a cada encontro cresce em mim o desejo de viver essa experiência, de fazer memória de Cristo no ambiente de trabalho, de rezar o Angelus, de ensinar meus filhos a rezar “Veni Sancte Spiritus, veni per Maria” de compartilhar essa experiência com meu marido e, de fato, estar atenta à realidade, pois é muito fácil sermos tomados pela distração.

Estou vivendo esse momento de retomar minha caminhada e agradeço imensamente o que vivi nas férias, pois lá tive a certeza de que Cristo me escolheu sim! Que essa experiência é para mim... E por mais que a gente se perca no meio do caminho Ele sempre se repropõe a nós. Precisamos estar atentos e dizer o nosso sim diante do acontecimento que Cristo nos repropõe todos os dias. Sinto-me como quando conheci o Movimento, quando cada palavra me intrigava, como cada testemunho me fazia desejar aquela experiência também para mim.

Eu peço todos os dias que Cristo possa continuar se repropondo a mim diariamente e que essa companhia seja sempre o lugar onde meu olhar possa se escancarar diante da realidade e do caminho, que é Cristo hoje, Presença entre nós.

Alessandra, Araraquara (SP)