Uma estranha companhia, nunca vi igual
A lembrança de um Acampamento de Carnaval não vivido, a revolta pela pandemia e a abertura a um convite inesperado. Numa “estranha companhia”, a descoberta de que «pertencer a Cristo e segui-Lo faz a vida ter cem vezes mais sentido»No ano passado me deparei com a impossibilidade de participar do Acampamento de Carnaval organizado pela comunidade de Minas Gerais. Então fui aos bloquinhos de rua: esses foram dias de experiência intensa, pois, sendo cristão e pertencendo à experiência do Movimento, entendo que Cristo me permite viver tudo e poder ver que Ele está em tudo, até mesmo nos bloquinhos de rua.
Logo depois, como todos sabemos, veio a pandemia, que nos impossibilitou de fazer os gestos que costumávamos fazer, como as férias, jornadas, convivências, encontros, etc. Confesso que foi um tempo difícil e até revoltante, jamais imaginei que iria ficar mais de um ano sem poder ver, abraçar, conversar com pessoas tão queridas.
No fim de 2020, um amigo me contou que em janeiro viajaria para Florianópolis, para passar alguns dias com outros amigos dos Colegiais e do CLU. Primeiro me veio um desejo de ir também, mas depois um medo, pois ainda estamos em uma pandemia e é arriscado fazer determinadas coisas, como viajar. Então, decidi que não iria, também por questões financeiras.
Faltando uma semana para essa viagem, perguntei à minha mãe se eu poderia ir também, com todos os cuidados, e a resposta foi positiva. Foram seis dias lindos, intensos, vivos! Nesses dias, através daqueles amigos, daquela “estranha companhia”, pude reafirmar que pertencer a Cristo e segui-Lo faz a vida ter cem vezes mais sentido, dá mais gosto de viver, como quando preparávamos juntos as refeições, quando parávamos tudo o que estávamos fazendo para rezar ou quando tínhamos uma conversa de madrugada em que falamos sobre todos os assuntos possíveis com muita liberdade, sem medo de sermos julgados por aquilo pensamos. Há sempre um acréscimo, é sempre mais. Pude perceber o quanto sou preferido e amado pelo Senhor, como se eu fosse único no mundo.
Nunca vi coisa igual, em nenhum outro lugar, por isso permaneço ligado a esta companhia com duzentos por cento de mim, pois em nenhum outro lugar fui tão acolhido como aqui; com todos os meus defeitos e falhas, sou amado. Voltei para minha casa com uma grande pergunta: quem é Cristo, que não posso me privar d’Ele depois de tê-Lo encontrado?
Jean, Belo Horizonte (MG)