Quadrilha durante o dia de convivência

Uma felicidade pura

Um convite inesperado, o inicio da convivência com uma comunidade cristã, e a surpresa de reconhecer-se como criança novamente

Eu estava em casa, sozinha, me sentindo um pouco triste. Foi então que decidi ir à missa, na Vila Missionária, buscando um pouco de paz. O Padre Inácio se aproximou e, com aquele jeito acolhedor, me fez um convite inesperado: ir à Escola de Comunidade com o grupo da região. Não imaginei, naquele momento, que esse convite mudaria meu dia e meu coração tão profundamente. No início de julho, com toda a comunidade de São Paulo, participei do dia da convivência. Ali eu senti algo que fazia tempo que não sentia. Era uma alegria diferente, quase difícil de colocar em palavras. Uma emoção tão leve e tão profunda ao mesmo tempo, que parecia tomar conta de todo o meu corpo. Eu consegui dançar sem pensar em nada, sorrir sem motivo, brincar como se o tempo tivesse parado.

Era como se, por algumas horas, eu tivesse voltado no tempo e mergulhado de novo na minha infância. Sentia o coração bater rápido, mas não de ansiedade, era de pura felicidade. Cada risada parecia mais verdadeira, cada gesto mais sincero. Não era só um momento… era um reencontro comigo mesma, com aquela criança que ainda vive aqui dentro, só esperando uma chance para aparecer.

E, no meio disso tudo, percebi algo: eu nunca tinha me sentido tão feliz assim. Era uma felicidade pura, que não dependia de nada externo, só daquele momento e das pessoas ao meu redor. Era como se cada risada minha fosse um pedaço do meu coração se reconstruindo.

Quando o dia acabou, ficou claro para mim que não tinha sido só um evento. Foi uma experiência única, daquelas que marcam e deixam uma cicatriz boa, um lembrete de que a vida ainda pode surpreender e que a criança que eu fui ainda vive aqui dentro, esperando chances para sair e dançar outra vez.

Teia, São Paulo (SP)