O tribuno e a veste

A leitura sugerida para este período é o romance O manto de Cristo, de Lloyd C. Douglas. Ao ganhar a túnica de Jesus nos dados, o tribuno romano que está cumprindo sua sentença de morte sente-se provocado a saber quem era este homem
Alessandra Brambilla

Sob o principado de Tibério, o tribuno Marcelo Gálio é enviado pelo Senado à Palestina e se vê obrigado a executar a sentença de morte de um subversivo da Galileia, Jesus de Nazaré. Após a execução, ele ganha sua túnica na sorte tirada nos dados.

Esse fato desencadeia uma série de eventos, de modo que Marcello, movido por uma curiosidade sincera, inicia uma longa jornada em busca dos lugares e amigos frequentados pelo homem que matou. Mesmo considerando “loucura” as histórias que ouviu, o incrédulo Marcello continua surpreso com o que vê acontecendo, tanto em sua vida quanto na de seu escravo e amigo Demétrio.

Sua história se entrelaça com a dos primeiros cristãos, homens simples e desconhecidos, mas também com a de Filipe, Natanael, Estêvão e Pedro. Esta é a história contada por Llyod C. Douglas, protestante americano, um best-seller nos Estados Unidos quase continuamente de novembro de 1942 a outubro de 1943.

Os personagens não estão longe no tempo. Eles são tão reais quanto nossos amigos, as pessoas que para cada um de nós têm a face da Igreja hoje em dia. Surpreendidos pela natureza excepcional da companhia cristã, nós também, como os primeiros cristãos, percorremos um caminho no qual não acontecem iluminações, mas eventos e encontros que continuamente provocam a nossa liberdade e a nossa razão.

O tribuno Marcelo não tem uma revelação repentina, mas examina tudo o que ouve e vê, observando sua razão florescer no relacionamento com aqueles homens mudados por Jesus. Num longo itinerário em que nenhum elemento de sua vida (objeções, pecados, poder, família, tradição, amor) é excluído, a fé em Jesus se torna razoável na convivência com Seus amigos.

Ficamos surpresos com as palavras de Dom Giussani no Cartaz de Natal de 1999: “A comunidade da Igreja (...) é a veste daquela Presença, como a veste de Jesus para as crianças pequenas que ficavam perto d’Ele. Aqueles bem pequenos, de quatro ou cinco anos, que o rodeavam e abraçavam suas pernas, cheiravam as suas roupas e não viam o seu rosto, não seguravam o seu rosto, nem sequer o viam, talvez. Mas estavam ali perto d’Ele. De modo que o manto, a túnica sem costura com a qual Jesus estava vestido, permaneceu nos olhos deles mais do que o seu rosto. Da mesma forma, Jesus se faz sensível e perceptível a nós na comunidade eclesial como se ela fosse a roupa pela qual nossa pequenez se relaciona com sua presença real”.

Livro: O manto de Cristo
Autor: Lloyd C. Douglas

Editora Itatiaia, 2004
R$ 50,00

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