A chácara Cor Jesu, o local das férias

Uma promessa para as férias e o dia a dia

Um momento de férias nacional marca a vida de universitários e jovens trabalhadores. Nos jogos, na festa, nos diálogos, sinais do maior Amigo
Jean Araújo

De 18 a 20 de julho, reuniram-se em Brasília mais de oitenta jovens universitários e trabalhadores para um momento de Férias, guiados pelo tema “O encontro que acende a esperança”. O tempo de convivência, para alguns, começou dias antes. Muitos amigos, de diversas partes do Brasil, chegaram antecipadamente para ajudar nos ajustes finais e aproveitar a cidade.

Na sexta-feira pela manhã, aconteceu uma belíssima acolhida na Paróquia Santíssimo Sacramento, onde a Comunidade de CL preparou um almoço especial para aqueles que chegavam do aeroporto. E por falar em aeroporto, nossos amigos estavam lá desde as sete da manhã, recebendo todos com alegria. O cansaço no fim do dia foi apenas um detalhe, pois a felicidade de estarmos juntos era evidente, quase palpável, porque era claro que Outro estava entre nós.



Fomos acolhidos numa bela chácara, a Cor Jesu, distante alguns quilômetros da capital. Ali, as irmãs que cuidam do espaço nos receberam de forma quase inimaginável. As refeições eram feitas com muito carinho, sinal do cuidado de Cristo, que preparou cada detalhe daqueles dias e não deixou faltar absolutamente nada.

O sábado era o dia mais esperado. Começamos com a Santa Missa e, logo depois, nos dirigimos para os jogos: a competição foi acirrada, os times muito competentes e animados. No fim da tarde, começaram os preparativos para a Festa das Décadas. Cada equipe ficou responsável por se caracterizar segundo uma década (60, 80, 2000), e foi A Festa! Uma noite com muita música, dança, alegria… mas, acima de tudo, fomos marcados por uma promessa: desejamos que essa alegria seja eterna. Nossa festa só começou e não vai terminar.

No domingo, realizamos a assembleia final. Foram muitas contribuições, perguntas, testemunhos e uma comoção geral, não fruto de sentimentalismo, mas porque fomos realmente marcados, assim como Jacó, que, depois da luta com o anjo, nunca mais foi o mesmo. Também nós fomos tocados por um encontro que torna a vida mais verdadeira, mais cheia de pensamento verdadeiro, porque está dominada pela verdade, pela verdade viva. Algo verdadeiro aconteceu. Percebemos que o bom Deus cuidou de nós e de cada detalhe, batendo constantemente à porta do nosso coração, para que a nossa alegria fosse completa.

E então, a pergunta inevitável e necessária: mas e a segunda-feira? O que acontece depois? O que vem depois de tudo isso? Essa Companhia quer entrar no maior desafio que existe: o dia a dia. Todos nós estamos dispostos a grandes feitos na faculdade ou no trabalho, mas o maior feito, a maior beleza, é não vivermos subjugados pelo cotidiano, esquecidos do encontro que transformou nossa vida numa novidade contínua.



As Férias, enquanto gesto, não foram tão diferentes daquilo a que já estamos acostumados. Mas a novidade não significa algo nunca visto: a beleza que nos impressiona é justamente o contrário. A novidade está na repetição fiel da amizade entre os apóstolos e Jesus. Sentimo-nos chamados hoje, como eles foram chamados há dois mil anos. É assim que nasce o compromisso com a vida, com o trabalho, com os estudos, com absolutamente tudo.

Depois desses dias, a volta para casa tem algo de diferente. A amizade cresce, torna-se permanente, eterna. E o outro, aquele que está comigo no dia a dia, que ainda não encontrou o nosso maior Amigo, o Mestre de cerimônias que preparou esses dias, está apenas esperando para encontrá-Lo através de nós. E se torna irmão, companheiro de caminho.