Van Gogh, O semeador

“A caritativa é para mim”

Alguns amigos de Salvador falam da experiência de participar da caritativa nas Obras Sociais de Irmã Dulce. Numa oferta gratuita, o que se recebe é sempre mais

Lembro a primeira vez que fui à caritativa da Irmã Dulce. Estávamos eu, Andreia, Milena e Mari, minha namorada. Lembro Milena explicando sobre os cuidados que deveríamos ter lá dentro. Fiquei com um medo de ficar em choque, de não saber como reagir naquele ambiente e não conseguir ajudar ninguém lá dentro, na verdade fiquei com receio até mesmo de atrapalhar. Entrando lá, fui fazendo sempre o que Milena fazia, e visitava e conversava com as mesmas pessoas que ela. Quando se passaram uns dez minutos, eu já estava mais à vontade e já tinha três amigos ali dentro: Renato, Márcia e Mário. Renato, com a sua alegria e seu jeito brincalhão. Márcia, com seu jeito todo carinhoso, não soltava a minha mão ou a mão de Mari. Mário, uma pessoa muito inteligente, uma pessoa alegre, que não quis o meu número de celular mas quis o número da minha namorada! Antes de entrar ali, não imaginava encontrar pessoas tão especiais como encontrei. Achei que meu objetivo ali era fazer aquelas pessoas alegres, mas percebi que elas é que me deixaram alegre. Pensava que estava ali para ajudar, mas eu que recebi ajuda daquelas pessoas especiais com alegrias puras e inocentes. O que eu acho mais interessante é que todas as vezes que vou lá é uma experiência diferente. Não há um padrão do que vai acontecer, de quem você vai ver. Só sei que ali é um local onde vejo Cristo, onde eu fico uma hora com aquelas pessoas iluminadas, e que me proporciona várias horas de tranquilidade durante a semana.
Paulo Ricardo

Participar da caritativa nas Obras Sociais da Irmã Dulce é incrível! Nunca imaginei que estar num hospital de forma gratuita fosse mudar meu olhar para o mundo, para as pessoas, para a realidade. Nestes dias, diante do anúncio de canonização de Irmã Dulce, desejei novamente assistir ao filme sobre sua história. Que grande mulher! Que coração gigantesco. Que desejo pela vida ela carregava. Isso me impressiona muito, pois poder continuar com essa obra através deste gesto que o Movimento me propõe é uma oportunidade única. Trilho este caminho entendendo que a caritativa, antes de ser para o outro, é para mim, estando atenta ao que pode acontecer e atendendo a resposta do Senhor dentro dessa companhia.
Andreia Tavares

Somos o Centro de Acolhida à Pessoa com Deficiência (CAPD), sendo este um núcleo das Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID). Temos como missão atender 82 pessoas com algum tipo de deficiência, e para a realização deste trabalho contamos com alguns apoiadores, que sempre se fazem presentes, e dentre eles temos o grupo “caritativa”. Para nós é um prazer imenso recebê-los na nossa unidade. Nos encontros são realizadas atividades envolvendo música, dança, canto, comemoração de aniversários dentre outras atividades. Podemos classificar como encontros acolhedores, onde a acolhida do grupo faz com que os nossos moradores se expressem de maneira singular, dentro das suas limitações. O que para nós é insolúvel.
Suelen, assistente social do CAPD