Olhados com o olhar de Cristo

De 5 a 8 de agosto a comunidade de CL no Rio de Janeiro propôs um momento de férias num hotel fazenda, em Teresópolis. Participaram cerca de 120 adultos e 40 crianças. Aqui, quatro amigas compartilham como viveram esse momento

Estas férias foram marcadas pelo nosso desejo de nos encontrar após 2 anos. Como nosso amigo Carlos nos contou na assembleia, as férias são o momento para ver o que temos no coração, porque neste gesto somos livres e podemos fazer o que quiser. Significa seguir o imprevisto, aquilo que o Mistério pensou para nós. E estas férias foram exatamente para verificar o que Ele fez acontecer para nós.

O gesto para nós se iniciou alguns meses atrás, quando recebemos o convite para procurar um lugar e organizar a programação. Fazer este caminho juntos, já foi algo bonito para nós, que tínhamos no coração o nosso desejo e de todos os amigos.

O local escolhido era muito bonito, com uma beleza da natureza, do hotel e principalmente pela disponibilidade das pessoas que trabalhavam ali. Era tamanha a beleza que logo percebemos que tudo foi pensado para nós, até mesmo encontrar este hotel. Esta beleza foram os primeiros sinais da Beleza maior, do que o Senhor tinha preparado para nós naqueles dias.



Os amigos chegavam do Rio de Janeiro, em sua maioria, mas também de Petrópolis, Salvador, São Paulo e Campanha. Houve todo um caminho que os amigos da comunidade fizeram até aqui para ajudar a todos que desejavam participar das férias. Era incrível olhar as crianças, os jovens, os adultos, as famílias, como um povo.

Na abertura fomos surpreendidos com a beleza da experiência de pertencer e de seguir do Walter, responsável por Comunhão e Libertação - CL no Rio, que nos contou a sua história e tudo que o Senhor fez acontecer neste seguimento. Depois, nos dias seguintes, foi bonito ver como a nossa companhia é correspondente ao coração dos adultos e das crianças que lá estavam aderindo aos gestos: as manhãs no salão para dar o “tom do dia”, as conversas à mesa ou durante a trilha, as brincadeiras, os passeios, a festa junina, a assembleia e as rodas de samba na piscina.

Nas conversas com os amigos e durante a assembleia também foi possível verificar o que significa esta companhia e o que a amizade com Cristo faz acontecer em nossa vida. O testemunho de nossos amigos foi um momento de muita beleza. A Sarah, de Petrópolis, nos contou sobre o encontro com o Pe Moisés e o convite para encontrar alguns amigos e fazer a Escola de Comunidade. Para ela, este encontro foi a possibilidade de aprofundar o valor da comunidade cristã. Como cantamos na música Noi non sapiamo chi era [Nós não sabíamos quem ele era], a nossa amiga nos diz que encontrando esta companhia pode descobrir o que buscava a vida inteira, sem saber quem era, desde os 10 anos de idade. Sarah falou também como a Escola de Comunidade se tornou um lugar para voltar sempre para Cristo.

Bracco retomou a fala da Sarah sobre o valor da Escola de Comunidade, chamando a atenção sobre o fato de que isso se tornou algo que ela não pode mais faltar. Como aconteceu com os apóstolos no encontro com Cristo. “Nós não sabíamos quem ele era. Eu vim para as férias um Bracco e volto outro Bracco, mais eu mesmo. Você continua você, mas é mais você mesmo. Por isso é que sentimos falta. No encontro com aquela pessoa ela me olhou como me olhou Cristo”.

Todos nós também ficamos marcados com a presença da nossa amiga Talita, que veio de Campanha/MG, para participar das férias conosco. A Talita, que veio com seu esposo e três filhas, contou sobre o desejo de estar nas férias e de encontrar os amigos e como viveu o pedido para que este fosse um momento que pudesse conhecer mais quem é Cristo. Ela nos contou que a experiência destes dias foi a de se sentir amada, de ser abraçada. Que ao ver as filhas brincando livres e confiantes com outras crianças, e o esposo com os amigos, foi fazer a experiência de que este lugar pode ser também para toda a sua família. Conta que voltou para casa diferente, não porque fez alguma coisa, mas por este olhar que recebeu nestes dias. Termina dizendo que não pode mais ficar longe dessas pessoas.

A comoção de seu marido ao final das férias foi algo marcante. Aquele choro comovido, cheio de gratidão pelo que viu naqueles dias, mas principalmente pelo abraço que ele e sua família receberam. Dom Paulo nos fala que esta experiência é Cristo presente e que foi a mesma experiência dos discípulos e de todas as outras pessoas que encontravam Cristo. Este se sentir amados!

Nosso amigo Fernando nos ajudou a ver ainda mais esta experiência, ao retomar o diálogo de Jesus e Pedro e ao nos contar a sua experiência desse tempo: "Pedro, Tu me amas? Segue-me”. Para Fernando, foi este “Tu me amas” que o fez permanecer, foi esta misericórdia que o Senhor teve por Ele. Desejou que nada do que acontece na sua vida ficasse fora desse abraço.

A Marilene nos contou sobre a gratidão de pertencer a esta história, como proposto no tema das férias: “Nascer no encontro e crescer no seguimento.” Para ela, o que mais a ajudou nestes dias foi acolher uma pessoa que não conhecia para dividir o quarto. Acolher um imprevisto. Marilene nos conta que foi uma surpresa e um presente e que se sentiu preferida e abraçada por esta companhia.

A Rafaela e a Sheila falaram sobre o desejo de educar o coração dos filhos neste lugar. Como acompanhá-los neste caminho? A Rafaela contou sobre a comoção do filho após a confissão e o dar-se conta que ele começou a fazer um caminho, o seu caminho. O Bracco coloca que o que mais aprendemos e que é o único instrumento, é a certeza de que Cristo vai cuidar deles e que a primeira coisa que os filhos precisam ver é esta certeza em nós, a nossa liberdade. “Quanto mais refletirmos no nosso rosto isso, quanto mais tivermos esta certeza, mais os filhos poderão fazer este caminho de liberdade”.

Cheios de gratidão retornamos para nossas casas com a certeza de que o Senhor nos abraçou, como filhos, nesta companhia. Desejamos segui-lo e experimentá-lo nesta companhia de amigos, frágeis e ao mesmo tempo potentes, porque é justamente dentro desta fragilidade que Ele quis habitar e fazer novas todas as coisas.

Adriana, Jayna, Luciana e Rita