
Acampamento MG/1. Disponíveis e em caminho
Neste ano, o Acampamento de Carnaval organizado pela comunidade de Minas Gerais ocorreu no Morro do Pilar e reuniu 170 participantes.Alguns meses atrás, nas férias regionais de Barbacena, Heltinho me convidou para participar da montagem do acampamento de carnaval de 2025. De prontidão dei meu sim, sentia dentro de mim uma força enorme, queria corresponder àquela autoridade com que fui convocado. Fiquei aguardando ansiosamente os próximos passos e chegaram as orientações para participar do pré-acampamento, que ocorreria no início de fevereiro. Durante o detalhamento dos serviços, nosso amigo Wellington “Nego”, responsável pela montagem, resolveu que eu ficaria responsável pela parte hidráulica da montagem, visto que o Ulisses não iria este ano por estar no acampamento de SP. Começaram então as preocupações de não conseguir cumprir tal tarefa. Foi rezando bastante e confiando que Cristo sempre dá a coberta de acordo com o frio do freguês, que consegui controlar a ansiedade. Chegou então a viagem e chegou a hora de montar aquelas conexões, registros, chuveiros, etc.. Preparando a primeira tarefa, escuto um chamado assustado do Nego, que devendo furar um buraco para os banheiros de lona, acertou um cano de água “principal” da casa: “Cláudio, venha aqui consertar isso, é seu departamento”. Consegui desligar o registro geral e coloquei-me a trabalhar, rezando insistentemente a Santa Rita de Cássia que me ajudasse, pois, não sabia por onde começar. Depois de alguns muitos minutos sem conseguir reparar o cano, nosso amigo Samuel ofereceu-se para ajudar, e após escolher uma conexão mais apropriada do que a que eu escolhi, em 5 minutos resolvemos o vazamento. Naquele instante Samuel gritou ao nosso coordenador: “Ficarei com o Cláudio na hidráulica”. Agradeci a Santa Rita a graça e reconhecendo aquele imenso sinal colocamo-nos a trabalhar. Daí em diante foi dando tudo certinho e conseguimos realizar todas as instalações no tempo planejado. Nasceu deste episódio uma grande amizade entre nós, também a certeza de que sozinhos não fazemos nada, que precisamos uns dos outros, e que quando confiamos em Deus, e nos dispomos a fazer as obras d’Ele, tudo tende a dar certo.
Cláudio, São João del-Rei (MG)
O acampamento deste ano foi em um lugar maravilhoso, com um clima esplêndido, sol e céu azul. Mas o que carrego no coração são os rostos, aqueles dos veteranos que têm mais de quarenta anos de montagem e desmontagem, ricos da experiência vivida com o padre Virgílio que marcou a pessoa deles para sempre, de quem se foi e agora voltou, sentindo-se em casa, de quem acabou de chegar porque aderiu ao convite de um amigo e agora se sente parte de uma companhia. Os mais jovens de diferentes experiências e contextos de vida, Universitários, Colegiais, Janela de Encontros, Ceduc, sinal de esperança e de uma comunidade que não se inclinou sobre si, mas ainda quer conhecer e propor a todos o que fascinou e fez a vida feliz. Que bom ver a disponibilidade dos meninos em colocar em campo seus talentos de cantar ou preparar o café da manhã para todos, levantando-se às 6h da manhã, e a dos adultos que deram um passo para trás, deixando a outros a oportunidade de se expressarem. Destaco também as crianças, que circulavam livremente jogando até se esgotarem, mas presentes na primeira fila também nos momentos sérios, da missa ou dos cantos, sentindo-se em família. Em particular, destaca-se para mim um menino de 12 anos, com vários problemas, que chegou com o grupo Janela. Ele me adotou como avó e me surpreendeu por sua capacidade de observar a beleza em tudo e de afeição porque se sentiu bem-vindo. E mesmo eu que, no meu segundo acampamento, não estava na minha melhor forma, obedeci ao que a companhia me indicou como possibilidade de retomar e caminhar.
Luisa, Belo Horizonte (MG)
Neste ano, junto com alguns amigos fiquei responsável pelos jogos do acampamento. Foi algo divertido de se planejar, afinal, fazer com uma companhia é sempre melhor. Eu sou uma pessoa que não tem muita abertura para ocasiões em que os planos têm de ser revistos e espera-se imprevistos. É algo que me estressa bastante. No dia dos jogos, fizemos a caminhada até o local das atividades e logo que chegamos, descobrimos que não poderiam ser lá. Nosso planejamento, que previa um pequeno campo de futebol foi por água abaixo e tínhamos de nos virar com um espaço muito menor. Nada das brincadeiras foi como esperávamos. Tivemos que mudar tudo. Mas foi muito bonito. Não foi do jeito que eu queria, da maneira como eu planejei e foi muito maior. Se eu me fechar para as coisas que acontecem eu não vou ver Cristo em nada. Então, é necessário se planejar sim, mas percebi, novamente, que é bom se deixar tocar pelo imprevisto também.
Ramon, Belo Horizonte (MG)
#Acampamento